Entrevistas ao SKY Movies - Maio de 2010

Essa foi uma entrevista exclusiva para marcar a chegada de Alice no País das Maravilhas para o SKY Box Office e a estreia de Inimigos Publicos no SKY Movies.
SMM: Trabalhar nas locações onde Dillinger esteve afetaram você de algum modo?
JD: Oh yeah. É tudo. A ideia de você estar no exato lugar em que John Dillinger respirou pela última vez, mexe na sua performance. Você sabe como irá reagir a tudo.

SMM: Como foi trabalhar com Marion Cotillard?
JD: Oh, ela é maravilhosa. Ela passou tanto tempo coma família de Billie Frechette e trabalhando em seu sotaque. Ela se comprometeu muito – uma atriz incrível.

SMM: Você já seguiu uma programação específica em sua carreira até agora?
JD: Eu somente fui muito sortudo pois as coisas chegaram quando elas chegaram. Não esculpi nada. Fui sortudo de ter gente como Tim Burton me apoiando – quando o estúdio não queria me contratar para A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, Tim lutou por mim.

SMM: Como você escolhe seus personagens e como é pular de um grande personagem para outro?
JD: Tudo depende do material e do que é necessário para cada personagem. Foi interessante para mim sair de Inimigos Públicos onde interpretei John Dillinger – uma pessoa real com uma intensa gravidade em volta dele – e ir direto para o Chapeleiro (Alice no País das Maravilhas). Foi libertador porque este personagem poderia ser, essencialmente, qualquer coisa. Em um minuto ele está assustado como uma criança e no próximo ele está tomado pela raiva, falando com um sotaque escocês. Para mim foi como ter entrado em um foguete e ter sido enviado a Estratosfera… Como um ator, eu acho que você precisa ser diferente cada vez para não entediar a si mesmo, não entediar a audiência e para o diretor “não te atacar com uma machadinha”!

SMM: Então foi isso que te atraiu para o papel do Chapeleiro?
JD: Eu havia acabado de ler Alice e Através do espelho, e lembro de ter marcado algumas partes incríveis que o Lewis Carroll deixou por ali. Coisas como “Por que um corvo se parece com uma escrivaninha?”, “Estou investigando coisas que começam com a letra M” eu senti que [o Chapeleiro] pudesse mostrar todos os extremos da personalidade humana. Havia uma gravidade que me atraía para perto deste cara…quase como um transtorno de múltiplas personalidades.

SMM: Então você tem tantas mudanças de humor quanto o chapeleiro?
JD: Eu sou geralmente bem tranquilo. Muito mais do que era a uns anos atrás! Muito disso tem a ver com criar uma família – você precisa ter a maior quantidade de respostas que puder para as crianças. Meus filhos me tornaram 100% mais calmo.

SMM: Como sua carreira afeta seus filhos?
JD: Uma coisa que posso dizer é que meus filhos nunca estão entediados. Já testei personagens com eles e eles parecem interagir muito bem…Eles são os melhores. Minha filha Lily-Rose tem 10 anos e quando você está fazendo um filme ela pergunta, ‘Posso ver esse?’ porque obviamente há alguns que ela não poderá ver até chegar aos 60 anos! Ela e meu filho Jack assistiram Edward Mãos de Tesoura e se derramaram em lágrimas…não posso dizer que eles podem assistir qualquer coisa. Eles ficariam assustados! Eles tem muita imaginação e são crianças muito divertidas. Meu medo é que eles provavelmente se tornarão atores.

SMM: Você pode nos contar sobre seu próximo filme, The Rum Diary?
JD: The Rum Diary era um sonho. Foi algo que Hunter [S Thompson] e eu conversamos em 1997 e o fato de realmente ter se tornado realidade, da forma que foi feita, com o perfeito diretor Bruce Robinson e um ótimo elenco…incrível. Foi exaustivo mas uma experiência ótima, então estou feliz e orgulhoso de ter terminado isso por Hunter.

SMM: E o que nós podemos esperar do próximo Piratas?
JD: Eu assinei o contrato sem termos um roteiro. Eles estão me envolvendo no processo criativo e estão acolhendo muito bem minhas ideias, o que tem sido ótimo. Tudo está vindo junto. Há algumas razões para eu ter assinado Piratas novamente. De forma egoísta, eu verdadeiramente amo interpretar Jack Sparrow e acho que há mais para explorar. O primeiro Piratas teve seu enredo próprio. O Piratas 2 foi a cola que nos trouxe o terceiro e, em minha opinião, acho que os filmes foram bem feitos mas gostaria de trazer um Piratas que não está ligado a nenhum outro, e isso é divertido. É realmente minha motivação principal pra fazê-lo.

SMM: Finalmente, como está sendo ser Johnny Depp ultimamente?
JD: Eu sou muito básico, um cara simples. A maior parte do que eu faço tem a ver com arte ou criar algo. Não consigo fugir, você sabe. Mas eu? Me dê um bom livro, uma boa garrafa de vinho e um ótimo dia com brisa que estou feliz. Nós temos um lugar ótimo [no sul da França] e vou lá e não faço nada. Já estive lá e não saí da propriedade por três meses – literalmente acordava, olhava o jardim, via os vegetais crescendo. Nunca falava sobre filmes ou trabalho. Levamos as crianças para caminhadas e piqueniques. É a existência perfeita. É realmente uma vida linda e é outro elemento que tem uma influência calmente, somente poder ter esse tempo especial com meus filhos sem os telefones tocando e pessoas seguindo você pela rua!